No entanto, muitos gestores cometem erros que, por vezes, parecem pequenos, mas que podem se transformar em grandes problemas judiciais.
A falta de clareza nas cláusulas, a omissão de informações importantes ou a não conformidade com a legislação consumerista são armadilhas que podem resultar em processos caros, desgastantes e que prejudicam a reputação da escola.
A boa notícia é que a maioria desses erros pode ser evitada com uma revisão preventiva e a adoção de um modelo de contrato claro, transparente e em total conformidade com a lei.
Este artigo foi criado para orientar donos e diretores de escola a identificar e corrigir os erros mais comuns em contratos escolares, garantindo mais segurança jurídica para a sua instituição e, consequentemente, mais tranquilidade para a sua gestão.
Quais são os erros mais comuns que levam a processos?
Embora cada situação deva ser analisada individualmente, alguns erros recorrentes costumam ser observados em processos envolvendo discussão de cláusulas em contratos escolares. Conheça!
Este é um dos pontos que mais geram atrito e processos. A lei permite o reajuste, mas ele precisa seguir critérios claros.
O erro está em não especificar a fórmula de cálculo do reajuste. Simplesmente informar que “a mensalidade será reajustada anualmente” é insuficiente e pode ser questionado. A legislação exige transparência.
A inadimplência é um desafio para qualquer escola, e a forma de lidar com ela deve ser pré-estabelecida em contrato.
Não detalhar os procedimentos em caso de atraso no pagamento é um erro grave e que pode ter consequências sérias. Isso inclui desde a cobrança de juros e multa até a impossibilidade de renovar a matrícula no ano seguinte.
Muitas escolas, por desconhecimento, ameaçam proibir o aluno de assistir às aulas ou de fazer provas, o que é expressamente proibido pelo Código de Defesa do Consumidor.
Muitas escolas oferecem descontos ou bolsas, mas não formalizam as regras, o que pode gerar conflitos. Conceder descontos verbais ou com regras indefinidas é errado.
Por exemplo, oferecer um desconto para “irmãos” sem especificar as condições de manutenção pode gerar falhas de comunicação. Se a família tiver problemas de pagamento, pode argumentar que o desconto foi prometido sem restrições.
A desistência de um aluno durante o ano letivo é uma situação delicada. A ausência de regras claras sobre a rescisão do contrato pode levar a litígios.
Ao não especificar a política de cancelamento, especialmente em relação ao pagamento de mensalidades restantes ou à devolução de valores às escolas, estão se colocando em risco. Muitos pais acreditam que, ao sair da escola, não são mais responsáveis pelo pagamento.
Deixe claro que a responsabilidade pelo pagamento se estende por um determinado período, independentemente da frequência do aluno, já que a vaga foi ocupada.
Com a LGPD em vigor, a omissão de uma cláusula sobre a coleta e o uso de dados e imagens é um grave erro jurídico.
Coletar dados pessoais dos alunos e seus responsáveis (CPF, informações de saúde, endereço) e usar imagens em materiais de marketing sem o consentimento formal gera consequências jurídicas e financeiras para a instituição de ensino.
Lembre-se que o documento deve ser claro e específico, e o consentimento deve ser dado de forma destacada, permitindo que o responsável se sinta seguro e ciente de seus direitos.
Além de evitar os erros, o contrato de prestação de serviços educacionais precisa conter informações obrigatórias, conforme o Código de Defesa do Consumidor (CDC) e a Lei nº 9.870/99.
O advogado educacional tem o conhecimento específico da legislação que rege o setor e pode garantir que seu contrato esteja em total conformidade com o CDC e as normas do ensino.
Ele pode ajudar a traduzir o universo jurídico em uma linguagem acessível para os pais, tornando o documento mais transparente e confiável.
Contratar uma consultoria especializada para a revisão do seu contrato não é um custo, mas um investimento na segurança e na reputação da sua escola. Em vez de esperar que os problemas jurídicos apareçam, sua escola age de forma proativa, fortalecendo sua imagem como uma instituição séria, segura e profissional.
A gestão de uma escola privada exige atenção a cada detalhe, e o contrato de prestação de serviços educacionais é um dos mais importantes. Ao evitar os erros comuns e garantir que seu contrato esteja em total conformidade com a lei, sua instituição se protege de processos judiciais, construindo uma relação de confiança e transparência com a sua comunidade.
É a partir de documentos como este que a escola demonstra profissionalismo e respeito. A IBEE oferece o conhecimento e o apoio de especialistas para que sua gestão jurídica seja um pilar de solidez e excelência.
Fonte: ibee.com.br, acesso em 14/10/25